terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ideologia

     

      Ainda colhemos os frutos de uma política de cabresto, o que justifica o total despreparo brasileiro para escolher seus representantes. Desprovidos do direito de voto por 21 anos de ditadura militar, somados aos 15 da bem-sucedida era de alienação do governo Vargas, quase nunca na história do brasil, o povo manifestou efetiva participação na decisão do cenário político.
      No entanto, a juventude assiste alheia as barbaridades que acontecem no picadeiro do planalto central sem entender (nem procurar entender) absolutamente nada. Não sabem (e precisamos reconhecer que não é fácill) diferenciar a esquerda da direita. Longe do conceito criado no Antigo-Regime francês, os 29 partidos políticos (se não me falha a conta) fazem uma salada de ideias (ou interesses) tornando cada vez mais difícil reconhecer um ideal.
      Felizes os tempos da esquerda e direita definidas, com ideais diferentes. Saudade dos tempos que as doutrinas libertárias ainda corriam nas cabeças adolescentes e a sede de mudança ainda era fator essencial do DNA da juventude.
       Se quisermos imaginar uma verdadeira catástrofe, projetemos os próximos anos em que esses adolescentes serão obrigados a assumir um papel na formação política do país. Essa, a geração mais vazia de todos os tempos, já mostrou suas habilidades elegendo o Tiririca no último pleito.
        Resta a nós sonhar com um milagre nas cabecinhas alienadas que já herdaram dos seus pais um conformismo com a realidade doente. Ideologia? Eu quero uma pra viver.
    
    

Um comentário:

  1. Política de cabresto. Gostei do nome. rsrs
    Não podemos culpar os nossos jovens, pois a culpa é de quem instrui. É a sociedade que impõe determinadas leis superficiais que acabamos aceitando, não por querermos, mas porque somos obrigados.
    O Brasil tem a política que merece! O brasileiro, quase todos corruptos desde o berço, não tem forças suficientes para criar uma ideologia. Ou Tem? - É o que estamos tentando fazer?
    Antigamente os jovens eram mais rebeldes. Hoje, são um tanto relaxados. Mas, eu acredito ainda na silenciosa revolução psicológica. É essa que abala...

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